Por: cdn - Comunicação: Francisco Ribeiro
Catadores de material reciclável de Caetité, no sudoeste da Bahia, terão melhorias em infraestrutura que somarão cerca de R$ 190 mil
Se uma pequena cooperativa com 28 catadores é capaz de retirar do lixo 16 toneladas de material reciclável, em um mês, é fácil perceber a importância dessas pessoas para o meio ambiente. Se essa cooperativa é contemplada por um edital do Governo Federal e garante o repasse de cerca de R$ 190 mil para ser investido em equipamentos, imagina-se as melhorias para os cooperados e a cidade. É com esse valor que a Coopercicli, formada por catadores de Caetité, no sudoeste baiano, irá ampliar suas ações e contribuir para a coleta seletiva no município.
A cooperativa baiana foi uma das onze organizações de catadores do Nordeste contempladas pelo primeiro Edital de Chamamento Público da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) – ligada ao Ministério de Saúde – voltado a projetos de coleta e reciclagem de materiais. No total desse primeiro edital foram contemplados 78 grupos em todo o País, que serão apoiados, por projeto, em até R$ 200 mil.
Após a excelente melhoria que a Coopercicli terá em infraestrutura, o presidente da cooperativa, Paulo Alves, planeja reunir mais pessoas no trabalho. “Estamos muito felizes e nossa situação irá mudar da água para o vinho. No último mês, mais cinco pessoas ingressaram no grupo. Agora, deveremos trazer mais umas vinte pessoas”, comemora. Com a aprovação do projeto pela Funasa, a Coopercicli irá adquirir um caminhão, duas prensas, um elevador de carga, balança digital, fragmentadora de papel, 200 big bags (grandes bolsas para armazenar o material reciclável) e uma paleteira hidráulica.
Segundo George Euzébio, representante da Bainema, empresa especializada que presta consultoria à cooperativa, será possível aumentar em 100% a produtividade. Desde julho, quando a Coopercicli passou a participar do projeto Circuito do Lixo, os cooperados aumentaram em 90% o rendimento de suas famílias. Agora a expectativa é muito maior. “Eles vão deixar uma infraestrutura precária e dar um passo para a sustentabilidade econômica, com maior potencial de coleta e processamento de material, tornando-se uma referência no campo dos eco-negócios solidários da região de Caetité”, explica Euzébio. Atualmente, o rendimento médio é de R$ 234 por cooperado.
Capacitação e conhecimento – O apoio que a cooperativa recebe do projeto Circuito do Lixo não se resume à consultoria técnica. Os catadores também recebem incentivo para multiplicar conhecimento sobre a importância da atuação deles para a sociedade.
Entre 8 e 11 deste mês, representantes da Coopercicli estiveram em Salvador e participaram de um evento realizado pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis – com apoio da Unesco e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – voltado para a capacitação de lideranças no setor.
“Foi um evento de catador para catador, quando discutimos o movimento dos catadores de todo o País, o valor das cooperativas para a comunidade e o meio ambiente. Temos orgulho de sermos catadores e, como catadores de material reciclável, somos muito importantes para a sociedade”, afirma Paulo Alves.