Data: 24/04/2010
Fonte:Diário Oficial do Legislativo
O deputado Gilberto Brito (PR) deseja que Caetité seja reconhecido como Patrimônio Cultural do Estado da Bahia. Argumentos para isso não lhe faltam. Na justificativa do projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa com este intuito, o parlamentar lembra que o município, localizado a 757 quilômetros de Salvador, é um polo cultural da região sertaneja.
"Caetité foi pioneira na educação regional, com a primeira Escola Normal do sertão baiano", reforçou Gilberto Brito, na justificativa da proposição. O município tem hoje uma população estimada em 48 mil habitantes.
De acordo com ele, assim que emancipou-se em 5 de abril de 1810, a Vila Nova do Príncipe e Santana do Caytité participou indiretamente das lutas pela Independência da Bahia, apoiando o Governo Provisório instalado na Vila de Cachoeira.
Em 1817, acrescentou Gilberto Brito no documento, foi contemplada com uma Escola Régia de Latim, depois de ser visitada pela expedição dos naturalistas Spix e Martius. "Para o grande engenheiro Teodoro Sampaio, que visitou a cidade no final do século antepassado, 'Caetité assemelha-se ao viajante qual uma Corte do sertão'", relatou o deputado.
Como argumento para transformar Caetité em patrimônio, Brito cita as figuras ilustres que nasceram por lá. São elas: Cezar Zama (parlamentar e historiador abolicionista e republicano, grande polemista e maior adversário, na tribuna, de Rui Barbosa), Aristides Spínola (ex-governador de Goiás e mais jovem parlamentar no Império), Anísio Teixeira (pedagogo), Joaquim Spínola (fundador da Revista dos Tribunais), Nestor Duarte (jurista e escritor), Paulo Souto (governador da Bahia 1994-98; 2002-06), a pintora Lucília Fraga e o músico símbolo do estilo brega Waldick Soriano.
De acordo com ele, Caetité foi a primeira cidade do interior baiano a ter uma rede de energia elétrica - verdadeira epopeia vivida pelo alemão Otto Koehne. Também a rede de água, a construção do Teatro Centenário e outras são fruto da índole pioneira de seu povo, progressos até então ausentes em praticamente todas as cidades do país.
Em 1915, continuou o parlamentar no projeto de lei, a Igreja Católica instalou a diocese de Caetité, sendo empossado o primeiro bispo - dom Manoel Raimundo de Melo. "Na década de 60 do século passado teve como bispo D. José Pedro Costa, a quem tive a honra de, na condição de coroinha, ajudar na celebração de missa na Igreja Matriz de Paramirim, minha terra Natal. A partir da diocese foi instalado o Círculo Operário, o Seminário São José e a Rádio Educadora Santana".
Ele lembrou ainda que, na educação, despontou o nome de Anísio Teixeira, lutando por reerguer a Escola Normal, depois transformada no Instituto que leva seu nome. "Por toda a sua história, Caetité faz jus ao reconhecimento como Patrimônio Cultural do Estado da Bahia", concluiu ele.