(Rafael Rodrigues)
Fonte; Bahianoticias.com
(Rafael Rodrigues)
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ABr
Depois da muda, ocorrida há coisa de duas semanas, José Serra voa sobre a campanha com aparência renovada.
De tucano, Serra converteu-se em carcará –aquele pássaro malvado que pega, mata e come.
Em sua nova fornada de números, divulgada na noite desta sexta (10), o Datafolha informa: não funcionou.
Serra vive o seu momento pânico. Já experimentou de tudo. Na fase tucana, o bico grande, bonito e doce revelou-se inútil.
Com o bico de carcará –pequeno, pontudo e perverso— serviu veneno a uma platéia que pede a continuidade do pudim.
O vaivém de Serra pode ser visto de dois ângulos. Num, positivo, o observador é tentado a concluir que o candidato não tinha alternativas.
Enquanto deu, posou de oposicionista light. Quando os amigos e a família foram ao caldeirão da Receita Federal, elevou o tom.
Noutro ângulo, negativo, enxerga-se um candidato errático e oportunista. Errático por tentar se apropriar do legado que o dono do testamento diz ser de outra.
Oportunista por ter alardeado só agora uma violação de sigilo que admite conhecer desde janeiro, quando diz ter “alertado” Lula.
Seja como for, independentemente da lupa que se utilize, o resultado é a visão de um Serra batido.
Considerando-se os grandes números do Datafolha, o quadro é estacionário. Na última semana, Dilma reteve seus 50% e Serra escorregou de 28% para 27%.
Mergulando-se no miolo do relatório do instituto, descobre-se a existência de movimento.
O problema é que, nos pontos em que se mexeram, os números sorriram ora para Dilma ora para Marina, jamais para Serra.
Sorriram para Dilma, por exemplo, em Pernambuco e na Bahia. Entre os pernambucanos, ela foi de 64% para 67%. Serra, de 21% para 18%.
Entre os baianos ela subiu de 60% para 64%. Ele desceu de 22% para 18%.
Dilma caiu cinco pontos percentuais na faixa de eleitores com escolaridade superior. Para onde foram os votos? Quatro pontos percentuais engordaram o cesto de Marina.
Dilma despencou sete pontos entre os eleitores de maior renda familiar. Nesse universo, Marina beliscou seis pontos percentuais.
Disseminou-se a percepção de que, em matéria de sucessão presidencial, Serra é mesmo um político azarado.
Em 2002, época em que sopravam os ventos da mudança, cavalgava a continuidade. Em 2010, tempo de continuidade, encarna a mudança.
Numa leitura condescendente do processo, pode-se dizer que, hoje, o adversário de Serra é Lula, não Dilma. Tomado pelo Datafolha, Lula é um eleitor notável.
Quase metade do eleitorado (45%) declara que, “com certeza”, vota em quem o presidente indicar. Outros 18% afirmam que “talvez” votem no indicado de Lula.
Somando-se os dois percentuais chega-se ao potencial de transferência de votos de Lula para Dilma: 63%.
Sobram para Serra os 29% que rejeitam o nome apontado pelo “dedaço” de Lula. Um contingente que ele tem que dividir com Marina.
Numa análise menos edulcorada da campanha, chega-se à conclusão de que o problema de Serra não é Lula nem Dilma, mas o eleitor.
O dono do voto informa, uma pesquisa atrás da outra, que não deseja Serra. É como se dissesse ao pesquisador: "Não me importune mais com suas perguntas. Já decidi".
A 23 dias do fatídico 3 de outubro, vive-se sob a égide da precipitação. Lula antecipara a campanha em mais de dois anos.
E o eleitor, contente com a atmosfera benfazeja em que se misturam as bolsas e o crescimento econômico, parece ávido por antecipar o resultado.
Há uma semana, 69% achavam que Dilma vence. Hoje, compartilham dessa idéia 72%.
Na conta do Datafolha, somados apenas os votos válidos, Dilma fica com 56%. Ou seja, o triunfo pode chegar no primeiro turno.
Fonte:http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br
Escrito por Josias de Souza às 23h48
A revista britânica The Economist traz na edição desta semana uma reportagem sobre as eleições brasileiras na qual dá como praticamente certa a vitória da candidata do PT, Dilma Rousseff, mas questiona o alcance do poder que ela terá num futuro governo.
Fazendo um panorama das principais disputas em jogo na votação de 3 de outubro, a The Economist afirma que, graças ao apoio do presidente Lula e sua incrível popularidade, Dilma deve vencer seu rival José Serra (PSDB), apesar do escândalo envolvendo a quebra do sigilo fiscal da filha do candidato tucano.
A revista aposta que o governo Dilma deve ser o mais forte desde o fim da ditadura, uma vez que o PT pode obter até 390 deputados na Câmara, se contar os aliados, e deve manter sua média de pouco menos de 60% dos senadores necessários para aprovar emendas na Constituição.
No entanto, esse cenário pode não se refletir em poder concreto para a nova presidente, segundo a The Economist. O maior obstáculo de Dilma deve vir de dentro do próprio partido, uma vez que ela só se filiou ao PT apenas em 2001 e não cresceu dentro do partido: sua candidatura foi imposta por Lula.
"Os principais parceiros da coalizão que apoiam o PT já estão falando de ministérios e vantagens que esperam obter", afirma a revista. "Com mais assentos e uma líder mais fraca que seu antecessor, o próximo governo pode parecer mais forte no papel do que na prática."
Ainda falta um trimestre para o fim de 2010 e, mais uma vez, o crédito para casa própria fornecido pela Caixa Econômica Federal já ultrapassou o recorde do ano passado. Em 2009, ao todo, R$ 47 bilhões foram concedidos para o setor. Já em 2010, somente até setembro, R$ 47,6 bilhões em crédito imobiliário haviam sido liberados.
A previsão é que, até dezembro, mais de R$ 70 bilhões em financiamentos tenham sido negociados. "O recorde é absolutamente histórico. Só para se ter uma idéia, começamos em 2003 com R$ 5 bilhões em crédito para casa própria”, comemorou a presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho. “Nós tivemos, em 2008, que já foi um recorde, R$ 23 bilhões. No ano passado, chegamos novamente a outro recorde, de R$ 47 bilhões."
A projeção anterior do banco era de R$ 60 bilhões até o final de 2010. Contudo, de acordo com essa nova projeção de R$ 70 bilhões da Caixa, o ano fechará com crescimento de 48,8% no crédito imobiliário. Isso representará bem mais de um milhão de contratos de financiamento durante 2010, outra marca recorde.
Minha Casa, Minha Vida
A Caixa também apresentou balanço parcial do Minha Casa, Minha Vida. Desde o lançamento do programa, em abril de 2009, foram fechados 630,8 mil contratos de unidades habitacionais, no valor de R$ 35,8 bilhões.
Entretanto, ainda estão sendo analisadas outras 418,8 mil propostas contratuais. Só neste ano, até o momento, 355,3 mil contratos foram assinados, que correspondem a investimentos da ordem de R$ 21,8 bilhões. E a expectativa é crescer ainda mais.
Outras fontes
O vice-presidente de controle e risco da Caixa Econômica Federal, Marcos Vasconcelos, afirma que o banco pretende captar dinheiro no mercado ainda este ano para usar no crédito imobiliário, “porque os recursos do FGTS e da poupança que financiam os programas de habitação e concessão de crédito imobiliário no Brasil serão insuficientes no futuro”.
Vasconcelos prevê o volume concedido em crédito imobiliário chegue a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos. Atualmente, o volume está apenas em 4% do PIB. A presidente da Caixa ressalta que a idéia principal é que "não haja nenhuma dificuldade para o cidadão comprar sua casa".
Acompanhe aqui a cobertura diária da campanha de Dilma pelo Twitter.
O faturamento da indústria iniciou o segundo semestre em alta, com um crescimento de 3,6% de junho para julho, e avançou 11,4% nos sete primeiros meses deste ano contra igual período de 2009, informou nesta quinta-feira (9) a Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio dos indicadores industriais.
Segundo dados da entidade, o crescimento registrado no acumulado deste ano é o maior para este período desde o início da série histórica, em 2005. "Após acomodação no trimestre anterior, a atividade industrial volta a crescer no terceiro trimestre", informou a entidade.
Recorde também no ano
Segundo o economista Marcelo de Ávila, da CNI, o resultado até julho já assegura uma taxa de expansão de, pelo menos, 8,4% no faturamento da indústria para todo este ano, o que também representará novo recorde histórico. Até o momento, a maior expansão das vendas da indústria havia sido registrada em 2008 (+5,4%). A série da entidade tem início em 2005.
"O crescimento é forte, mas está acontecendo em cima de uma base deprimida [por conta da crise financeira internacional, que gerou uma queda de 4,3% no faturamento em 2009]. Está havendo uma recuperação em 'V' e não em 'W' como alguns economistas previam. É bem possível que fique acima de 10% neste ano", disse Ávila a jornalistas.
Mais cedo, representantes do comércio estimaram um crescimento também de dois dígitos para este ano, o maior para o setor desde 2004.